Do reino das palavras para o Reino da Vivência.

Eis a atitude pra limpar sua consciência.

Mais um cientista social formado: envergadura de um discurso hermético, democratizador social,
parceiro itinerante de todas sociedades, desbravador dos colonialismos, exorcista dos valores tradicionais,
cidadão de caráter impenetrável, guevarista nas sutilezas cruéis da modernidade capitalista, inquisidor dos porcos políticos, militante inexorável da cultura maior, personagem imprescindível na conjunção do destino coletivo, assíduo observador dos planos de fundo intercomunicativos e grande juiz das apoliticidades.

E, claro, odiador da classe C que agora lota seus aeroportos.

D: e o quê o senhor sentiu?

P: duas fisgadas no coração.

D: algum problema cardíaco na família?

P: minha avó amou demais.

D: e isso não faz bem, amigo?

P: é saudável, mas acho que pode ser fatal.

                                                             

                                                               aventuras de um circo,

                                                               as pinturas de um palácio,

                                                               amarguras de um ser,



                                          amargura é pintar palácio quando aventura é circo ser.

sai do verbo
um certo
sentimento incerto
parece parto
parece perto
mete um medo
mede um metro
mata-dor

e não se diz
se clama a fala
rasga e traça
lira inefável
o palpável intragável pr'um doutor

não é saudável
mas é vital
e é todo feito de porém's
além's e a quem's
é um mero
é Homero
é como sem ti sentir

combustível de distância
intriga da palavra
o fermento do querer
de um externo que habita in

como se dissesse: Venha, traga!
as feridas findas e os amores da sua vida fraca!