minha porta-bandeira
minha preta fuleira
meu anel de ogum

passando na rússia
busquei um sonho perdido
só-vi-éticos? pena, bandidos

em coma existencial
vivo o papel invertido
a vida é o burguês e eu o mendigo

Quem ganha a competição pelo pódio da justiça? Pretextos ótimos para contra-descargas emocionais negativas variadas, seculares e anti-auto-investigação?  Ou tudo se apóia na cobrança equilibrada, democrática e reeducativa pela Suprema Causa do Bem Coletivo? Não sou contra a indignação, mas pela razão e muito mais pela intuição, a resolução do mal não é o mal-e-meio!


como coro
soa forte
o grito oco
dos novos heróis:

-sexistas, racistas e fascistas
 morram todos!
 mas não saiam da pista

e os dias passavam riso
as dores passavam logo
e a vida florescia moça

ela responsável semiconsciente
eu virtuoso incompleto
nós pseudo- anjos

ó maria, joana e tereza
quantos amores disseram
quantos só eram incerteza

placebos, sorrisos intensos
primeiros, terceiros sentidos
sonetos, dias de Camelo
veredas, sendas, raro-efeito

queridos, dias prometidos
escassos, estreitos espaços
desabafo
um pão, dois abraços

minha terra, tesouro senil
fértil, cor dócil
enfeitada, febril

percebo, pretexto
penetro-poesia
escrevo camelodias

pare! observe
não há jogo que zere
sem apertar iniciar

escrevi na parede do quarto: parede
e ao contrário de qualquer ser humano
ela conseguia descrever somente o que é